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Entrevista com: Leandro Assis

  • Foto do escritor: Entre Balões
    Entre Balões
  • 23 de mai. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 27 de mai. de 2020




A Entre Balões entrevistou o roteirista e recém quadrinista, Leandro Assis. Autor de roteiros incríveis como "Sob Pressão", "Magnífica 70" e do filme "Muitos homens num só". O criador da série Os Santos e Confinada fala sobre as críticas sociais presentes em seus textos, da parceria com a escritora e ativista Triscila Oliveira e sobre a repercussão da obra. Isso e muito mais na entrevista!


Entre Balões - Leandro, seu trabalho mais marcante no momento é a obra Os Santos, feita em parceria com a ativista Triscila Oliveira. De onde surgiu essa ideia? São críticas muito pontuais na nossa sociedade e com personagens que facilmente participam de nosso cotidiano, em que momento você sentiu que deveria ilustrar sobre isso?


Leandro Assis - Bom, eu estava fazendo uma tira, “Live com o minto Javier Boulsonarro, uma crítica de humor com o Governo Bolsonaro, eu queria falar de mais coisa, como preconceito, injustiça social, então veio a ideia de fazer uma tira mais séria, sobre um tipo de eleitor do Bolsonaro. Então surgiu a ideia da família Santos, que é uma família de classe média alta do Rio de Janeiro, da zona sul, e que tem uma família de domésticas que trabalha pra eles. E foi essa a ideia pra eles.


Arte de Leandro Assis @leandro_assis_ilustra


EB - Em um momento, você alterou o nome Os Bolsominions para Os Santos? Por quê isso aconteceu?


LA - Pois é, inicialmente a tira se chamava Os Bolsominions, mas eu vi que as pessoas estavam desviando a atenção, do foco, do conteúdo, tiras para essa discussão, de todos os eleitores do Bolsonaro, são assim ou assado, que são preconceituosos, isso ou aquilo. Então não me importava tanto, então eu troquei o título para Os Santos. E realmente com isso, essa discussão acabou.


EB - Suas tirinhas fazem duras críticas ao atual cenário político brasileiro, com isso vem as famosas reações negativas dos Haters, uma presença constante na era digital em que vivemos. Como você lida com isso?


LA - É, aparecem os Haters, pessoas criticando. Depende do meu humor, às vezes fico lá batendo boca nos comentários, as vezes eu ignoro ou faço uma piada. O maior problema é quando eles atacam o perfil, fazem denúncia, às vezes conseguindo até derrubar algumas tiras, porque o Instagram acaba acatando algumas reclamações e tudo. Até está dando certo agora, o Instagram está voltando atrás, até já liberou algumas tiras, nesse momento está indo tudo bem.


EB - Além de quadrinista, você também é roteirista, certo? Em algum momento você pensou em Os Santos como uma série ou filme?


LA - Os Santos foi criado para ser tira do Instagram, especificamente. Eu gosto desse formato, que tem poucos desenhos, de poder terminar com clímax forte, acho que tem impacto, claro que como sou roteirista, eu tenho uma cabeça ali de cinema, de como estou fazendo, mas não pensei nisso, no futuro, quem sabe?


Reprodução. Autoria Leandro Santos e Triscila Oliveira.


EB - Confinada é outra obra que você trouxe para substituir Os Santos durante esta quarentena que o mundo vive, porém a crítica, agora, é com o mundo dos influenciadores. É uma série que vem sendo bastante elogiada. De onde veio a ideia? Ela vai continuar após o término da quarentena ou teremos um gran finale?


LA - A gente tava fazendo Os Santos, eu e a Triscila, e sentimos que quando surgiu a pandemia, o confinamento, a gente sentiu que teria que parar pra contar, e não queríamos ficar presos, refém aos acontecimentos do coronavírus, então achamos melhor dar uma pausa nos Santos, e aí, eu fiquei pensando no que fazer no lugar, e achei que as redes sociais são um lugar onde as pessoas exibem seu estilos de vida, e onde tem essa glamourização também, por parte de algumas influencers, desse início de quarentena, em um momento de reflexão, então eu achei que uma digital influencer seria uma boa personagem, e fazer sobreposição com a empregada doméstica e mostrar diferentes formas de enfrentar a quarentena, de confinamento, e como para alguns parecia umas férias e para outros um momento muito difícil.


Reprodução. Autoria Leandro Santos e Triscila Oliveira.


EB - Receber a atenção de algumas mídias como o Mídia Ninja ( rede descentralizada de mídia de esquerda ) e o Quebrando Tabu ( página de jornalismo independente ), e ver seu trabalho sendo compartilhado em peso, receber de uma hora pra outra milhares de seguidores comentando sobre a série, foi um susto? Você esperava toda essa repercussão?


LA - Eu não esperava essa repercussão toda, quando o Mídia Ninja começou a compartilhar, cada tira que eles compartilhavam, eu ganhava 30 mil seguidores, mais ou menos, e foi um susto, foi um susto muito grande. Mas está sendo bom, é bom ver que o trabalho está sendo bem aceito, e que o pessoal gosta de compartilhar e de comentar.


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